Limbo, um oásis num mar de tiros!

Em pleno 2011, trombar com um jogo como Limbo é uma satisfação imensa, principalmente pra alguém que cresceu jogando games de plataforma. Entre tantos jogos de tiro cada vez mais realistas, um jogo simples, com apenas direcional, pulo e um botão de ação roubou a cena quando foi lançado.

É baseado em um conto onde um garotinho saía por um mundo estranho em busca de sua irmã, raptada por seres que ele mesmo desconhece. Como disseram em alguns sites, é uma mistura de American McGee com A Boy and his Blob, do Wii.

Apresento-lhes hoje, LIMBO, um jogo que saiu apenas digitalmente, mas superou as expectativas e obrigou a Microsoft lançá-lo em uma coletânea com outros dois títulos em disco (um Triple Pack).

Limbo é, antes de mais nada, um “simples” jogo de plataforma. Não faz uso de arma alguma, nosso personagem apenas salta e interage com objetos do cenário. Empurrar caixas, pendurar em cordas e correntes, saltar e agarrar bordas são únicas atividades feitas no jogo inteiro. Então, o que faz de Limbo um jogo único? Eu diria que são duas coisas: seus gráficos excêntricos e sua mecânica cheia de puzzles.

um dos primeiros perigos do jogo

O primeiro contato visual com Limbo, geralmente, nos faz perguntar: “o jogo é inteiro assim?” Bastam 10 minutos de jogo para que a pergunta se torne uma afirmação empolgada: “tomara que o jogo inteiro seja assim!“. O game inteiro é em preto e branco, desde menus até cenários e objetos. Não existem HUDs, indicadores de energia ou qualquer outra informação gráfica na tela. E isso só ajuda para que o jogador entre na atmosfera de abandono e perigo que os produtores impregnaram no game.

O motivo dos aspas no “simples” é que Limbo é focado em puzzles envolvendo a física dos objetos no cenário. Em algumas partes, é preciso empurrar blocos, caixas, esferas e fazer com que rampas e alavancas entrem em funcionamento e permitam a passagem. Em uma determinada área, uma alavanca faz a tela inteira girar vagarosamente enquanto o jogador precisa se virar pra não morrer, pulando em correntes, empurrando caixas e evitando à todo custo as serras dentadas que passam no cenário. Para tal, o jogo faz uso de uma física incrível, que fica muito evidente em cenários urbanos, como no letreiro HOTEL, em uma parte mais adiantada.

Em se tratando de som, o jogo faz uso escasso de músicas, tudo para fazer o jogador se sentir desolado enquanto pensa em uma forma de avançar no jogo. Os cenários bucólicos em preto e branco dão o tom, então, músicas aqui não se fazem necessárias. Apenas em alguns momentos mais assustadores (como da aranha, por exemplo), o jogo toca uma música. De resto, os efeitos sonoros são caprichadíssimos, esperem chegar na parte onde chove para ouvir as gotas caindo na grama e entenderão o que eu digo.

cenários macabros em preto e branco dão o toque sombrio ao jogo

A dificuldade do jogo está totalmente focada em conseguir sair vivo dos cenários. Muitos deles envolvem mortes imediatas, quedas fatais e encontros com inimigos mortíferos. Evitar tais ataques e conseguir encontrar uma saída é vital para progredir no game.

Os puzzles vão ficando cada vez mais difíceis conforme se avança no jogo, fazendo com que o jogador queime seus neurônios e experimente formas diferentes de interação com os objetos do cenário. Tudo isso aliado à física explêndida do jogo, faz com que Limbo seja único, mais uma vez.

Limbo merecia uma versão em disco e ainda bem que a Microsoft ouviu o apelo dos fãs. É um game que merece ser jogado por todos, tamanha sua criatividade em recriar ambientes desprovidos de vida ou de cores, pontuando exclusivamente nas sensações auditivas e na perspicácia dos jogadores em resolver os mais variados quebra cabeças.

São jogos assim que marcam gerações, pois valeria muito mais à pena jogar videogame se existissem mais Limbos do que essa enxurrada de shooters genéricos. E é realmente uma pena que Limbo uma hora acaba.

Resumão:
+ faz uso do preto e branco como poucos;
+ aspectos sonoros fazem toda a diferença;
+ puzzles criativos como há muito não se via;
+ a física do jogo é inacreditável;

Final Score: 10

Publicado em 4 de julho de 2011, em X360. Adicione o link aos favoritos. 3 Comentários.

  1. Nunca ouvi falar desse jogo, e confesso que fiquei impressionado pela arte e os cenários. Me lembrou um pouco WORLD OF GOO (um jogo pra PC muito bacana). Cosmão parabéns pelo blog e aja fôlego companheiro. Ser retrogramer e Gamer assíduo não é pra qualquer um não. Um abraço

  2. @MarcelEsse World of Goo eu tenho muita vontade de jogar, acho que vou procurar por ele hoje.Valeu Marcel, tá meio corrido pra por a casa em ordem, mas devagar eu chego lá. Estou com vários projetos envolvendo os 4 blogs que participo, esse, o Shugames, Gagágames e o OGFTW, aos poucos vou postando as coisas.

Deixe um comentário